O governo brasileiro aumentou a alíquota do imposto de importação de módulos solares de 9,6% para 25%.
Apresentada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta semana (12 de novembro), a tarifa terá um aumento de tarifas para células solares construídas em painéis solares ou módulos – como descrito no Diário Oficial da União do governo – e entrou em vigor no mesmo dia.
Esta é a segunda vez que as tarifas são aumentadas este ano, com a implementação do imposto de 9,6% sobre os módulos solares a entrar em vigor no início do ano.
O aumento tarifário foi em resposta a solicitações de dois fabricantes nacionais de módulos, a BYD Energy Brazil, uma subsidiária local fabricante de módulos fotovoltaicos da montadora chinesa BYD, e o fabricante brasileiro de módulos Sengi Solar.
Depois da energia hidrelétrica, a energia solar fotovoltaica é a tecnologia com maior capacidade instalada no Brasil, com mais de 48 GW em operação. A energia solar fotovoltaica representa 20% da capacidade total de eletricidade instalada do país.
A associação comercial brasileira Absolar disse em uma postagem no LinkedIn que a decisão foi um “retrocesso na transição energética” e poderia causar um aumento nos preços e a perda de investimentos.
Seu presidente executivo, Rodrigo Sauaia, mencionou durante um painel na Conferência das Partes 29 (COP29) em Baku, Azerbaijão, que: “Isso pode impactar muito severamente projetos que já estão em construção”. Sauaia acrescentou que os aumentos tarifários congelarão as condições de acesso do mercado ao financiamento.
Ele também destacou o momento dessa decisão, considerando que o Brasil deverá sediar a COP30 no próximo ano. “É muito importante ajudar as tecnologias de energia renovável, para ajudar a acelerar a transição energética, e não a desacelerar”, disse Sauaia.
Uma pesquisa feita pela associação comercial brasileira sobre o aumento das tarifas dos módulos para 25% coloca mais de 25 GW de projetos solares fotovoltaicos em risco de serem cancelados até 2026, de acordo com vários meios de comunicação locais. Isso representa mais de BRL97 bilhões (US$ 16,7 bilhões) em investimentos em energia solar.